19 fev Confira 6 dicas para calcular o preço do seu Projeto de Arquitetura
Uma das etapas mais importantes em um projeto de arquitetura, a precificação (como calcular o preço do seu projeto) é uma tarefa complexa e requer muitos cuidados. Um orçamento mal feito pode trazer diversos prejuízos ao arquiteto, partindo de um excesso de trabalho para determinado valor – caso cobre menos que o necessário – até a perda do cliente, caso esteja muito acima do mercado.
Mais do que simplesmente “pagar para trabalhar”, um projeto com preço abaixo do ideal pode acabar com a motivação do arquiteto, o que prejudicaria a sua qualidade final e, por consequência, pode trazer danos à imagem do profissional.
Por outro lado, além de afastar alguns clientes, um preço elevado demais pode gerar uma expectativa que não será cumprida ao fim do projeto, o que é igualmente prejudicial à carreira do arquiteto.
Justamente por isso, precificar um projeto é um dos itens que mais gera dúvidas nos profissionais, desde os menos experientes até os mais conhecidos. E, para resolver essa questão, separamos algumas dicas valiosas para você. Quer saber mais? Confira a seguir!
1. Analise seus custos
Esse é o primeiro passo para um preço que seja justo para você e para seu cliente e, ainda assim, é muito comumente negligenciado por profissionais da área. Negligenciar esse passo, no entanto, pode causar grandes prejuízos.
Nessa etapa, calcule exatamente todos os custos para que seu escritório esteja “operacional”, e aqui estamos falando de: aluguel do espaço, contas de consumo, salários, licenças de software, investimento em marketing para arquitetos e, naturalmente, o seu próprio salário.
Entender todos esses custos e como eles impactam no fechamento do seu mês não é importante apenas para a sua precificação, mas também para a análise de custos do seu negócio, e para entender se seu escritório é capaz de competir com a concorrência.
2. Pesquise o mercado
O segundo passo é entender seu mercado. E aqui esse entendimento vale principalmente para duas coisas: saber quanto vale o seu trabalho, e quanto seus clientes podem pagar por ele.
Por isso, nesse passo, procure descobrir os preços que a sua concorrência aplica para projetos semelhantes aos que você pretende fazer, dentro da região em que irá trabalhar, e para o seu público-alvo. Para isso, você pode falar com colegas de profissão, ou até mesmo fazer pesquisas com clientes que contrataram esses concorrentes.
Ao fim desse processo, você já saberá qual é o mínimo que precisa cobrar para ter lucro, e terá uma boa ideia de quanto seus concorrentes cobram pelo seu serviço. Já temos aqui um bom norte para a precificação final, mas ainda não terminamos.
3. Saiba o quanto pode produzir
O terceiro fator para uma precificação correta é conhecer a sua produtividade. Esse é o ponto em que os mais experientes geralmente entendem melhor, e onde os arquitetos com menos tempo de formação podem ter alguma dificuldade.
Saber a sua produtividade é fundamental para entender quanto esforço e tempo será necessário para a finalização de um projeto podendo, assim, planejar todas as etapas com calma e precisão para evitar possíveis problemas.
Quanto mais você entender a sua capacidade de produção, menor será o risco de precificar incorretamente um projeto e, por exemplo, ficar sem dinheiro no meio de sua execução, o que poderia causar prejuízos tanto para seu escritório quanto para seu cliente.
4. Inclua a sua assinatura
Certamente você já sabe disso, mas arquitetura não é um trabalho qualquer. E por isso, não pode ser calculado baseado apenas em regras, como se fosse apenas somar materiais de construção para um orçamento.
Ao terminar de calcular seus custos, o valor do mercado e o seu tempo de produção, não se esqueça de incluir o valor da sua assinatura naquele projeto, ou seja, a sua marca. E não é como se isso fosse o lucro do seu escritório, pelo contrário, é um tipo de custo que está embutido em qualquer obra artística, e deve ser sempre considerado.
Naturalmente, se o seu escritório ainda é novo e não tem pouco reconhecimento – ainda que seja excelente – esse valor tende a ser menor, escritórios com mais experiência e de marcas mais fortes e evidentes, por sua vez, tendem a ter esse valor bem mais elevado.
Na dúvida, compare seu portfolio com a concorrência, peça ajuda a seus colegas e outros especialistas, e certamente encontrará o valor da sua marca para incluí-lo no projeto.
5. Defina o método para chegar ao valor do projeto
O método mais comum para avaliar o valor final de um projeto de arquitetura é fazer o cálculo por metro quadrado. Contudo, além da área que sofrerá a intervenção, é importante somar outros itens que aumentarão o trabalho que o arquiteto terá até o fim do projeto, como acabamentos, região do imóvel, etc.
Por isso, alguns outros métodos têm se tornado cada vez mais comuns para a precificação de projetos de arquitetura como, por exemplo, o percentual – metodologia bastante comum fora do país, e recomendada pelo IAB (Instituto dos Arquitetos do Brasil).
Nesse método, o arquiteto/escritório cobra de 2% a 15% do valor total da obra, dependendo da complexidade do projeto. Basicamente, nesse método são considerados todos os gastos do arquiteto, o tamanho e sofisticação da obra e, naturalmente, sua assinatura.
6. Calcule o lucro
Agora que você já calculou seus custos, entendeu o mercado, analisou sua produtividade, precificou sua assinatura, e definiu o método de cobrança, está na hora de calcular o seu lucro. O lucro é, basicamente, o retorno que seu escritório terá sobre tudo o que foi investido durante o projeto.
Em geral, o lucro flutua entre 2% e 5% do valor total do projeto, mas caso o escritório entenda que seus custos estão muito baixos, e/ou sua assinatura ainda não é tão valiosa, esse percentual pode aumentar substancialmente.
O que deve se tomar cuidado aqui é manter o seu lucro coerente com o mercado em que seu escritório está inserido. Ou seja, seu preço final não pode acabar muito maior que o da sua concorrência, principalmente se eles oferecem condições e serviços similares, ou a chance de seu escritório perder o cliente será muito alta.
Agora que você já tem todos os passos para calcular o preço de seu projeto, basta somar todos os valores e percentuais e você terá exatamente o preço que deve cobrar por seus projetos. Só não se esqueça de fazer todas as contas com cuidado, afinal, qualquer erro pode acabar complicando a vida de seu escritório.
Gostou dessas dicas? Usa alguma delas, ou outra que não esteja aqui? Compartilhe conosco! Ficaremos mais do que felizes em entender um pouco mais sobre o seu processo de precificação e, naturalmente, ajudar da melhor maneira possível!
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